O dia do Zé
Esta não resisti copiar ao user maxmeyer no fórum maxpt ;)
"O DIA DO ZÉ" O Zé adorava feijoada. Porém, sempre que a comia, o feijão causava-lhe uma reacção fortemente embaraçosa. Algo mesmo muito forte. Um dia ele apaixonou-se. Quando chegou a altura de pedir a mulher em casamento, pensou: - Ela é de boas famílias, cheia de etiqueta, e não vai aguentar estar casada comigo se eu continuar a comer feijão. Decidiu fazer um sacrifício supremo e deixou-se de feijoadas. Pouco depois, estavam casados. Passados alguns meses, ao voltar do trabalho o carro avariou. Como estava longe, ligou para a mulher e avisou que ia chegar mais tarde pois tinha que esperar que lhe arranjassem o carro. Enquanto esperava, entrou num pequeno restaurante mesmo ali ao lado, e foi atingido pelo irresistível aroma de feijoada acabadinha de fazer. Como ainda faltava um pouco para o carro ficar pronto, achou que se comesse só um pouquinho de feijoada e no fim desse uma caminhada, iria livrar-se dos efeitos nefastos do feijão. Pediu então uma feijoada, só que gostou tanto que quando saiu já tinha três doses de feijoada no estômago. O feijão fermentou e durante toda a caminhada, foi-se peidando sem parar. Peidava-se tanto que tinha que travar nas descidas e nas subidas quase não fazia esforço para andar. Quando se cruzava com pessoas continha-se, ou aproveitava a oportuna passagem dum ruidoso camião para soltar gás. Quando chegou ao carro, já se sentia mais seguro. Meteu-se no carro e foi para casa. A mulher parecia contente quando lhe abriu a porta e exclamou: -"Querido, tenho uma surpresa para o jantar!". Tirou-lhe o casaco, pôs-lhe uma venda nos olhos, levou-o até à cadeira na cabeceira da mesa, sentou-o e pediu-lhe que não espreitasse. Nesse momento, já sentia mais uma ventosidade anal à porta! No momento em que a mulher lhe ia retirar a venda, o telefone tocou. Ela obrigou-o a prometer que não espreitava e foi atender o telefone. Enquanto ela estava longe, ele aproveitou e levantou uma perna e -ppoouueett - soltou um! Era um peido comum. Para além de sonoro, também fedeu como um ovo podre! Aliviado, inspirou profundamente, parou um pouco, sentiu o fedor através da venda, e, a plenos pulmões, soprou várias vezes a toda a volta para dispersar o gás. Quando começou a sentir-se melhor, começou outro a fermentar! Este parecia potente. Levantou a perna, tentou em vão sincronizar uma sonora tossidela para encobrir, e pprrraaaaaaaa! Sai um rasgador tossido. Parecia a ignição de um motor de camião e com um cheiro mil vezes pior que o anterior! Para não sufocar com o cheiro a enxofre, abanou o ar sacudindo os braços e soprando em volta ao mesmo tempo, esperando que o cheiro se dissipasse. Quando a atmosfera estava a voltar ao normal, eis que vem lá outro. Levantou a outra perna e deixou sair o torpedo! Este foi o campeão, as janelas tremeram, os pratos saltaram na mesa, a cadeira saltou e num minuto as flores da sala estavam todas murchas. Quase lhe saltavam os sapatos dos pés. Enquanto ouvia a conversa da mulher ao telefone no corredor, sempre fiel à sua promessa de não espreitar, continuou assim por mais uns minutos, a peidar-se e a tossir, levantando ora uma perna ora a outra, a soprar á volta, a sacudir as mãos e a abanar o guardanapo. Uma sequência interminável de bufas, torpedos, rasgadores e peidos comuns, nas versões secas e com molho. De onde a onde acendia o isqueiro e desenhava com a chama círculos no ar para tentar incinerar o nefasto metano que teimava em acumular-se na atmosfera. Ouviu a mulher a despedir-se e sempre com a venda posta, levantou-se apressadamente, e com uma mão deu umas palmadas na almofada da cadeira para soltar o gás acumulado, enquanto abanava a outra mão para espalhar o ar. Quando sacudia e batia palmadinhas nas calças largas para se libertar dos últimos resíduos, ouviu o plim do telefone a desligar, indicando o fim da solidão e liberdade de expressão. Alarmado, sentou-se rapidamente, e num frenesim abanou apressadamente mais algumas vezes o guardanapo, dobrou-o, pousou-o na mesa, compôs-se, alinhou o cabelo, respirou profundamente, pousou as mãos ao lado do prato e assumiu um ar sorridente. Era a imagem da inocência quando a mulher entrou na sala. Desculpando-se pela demora, ela perguntou-lhe se tinha olhado para a mesa. Depois de ele jurar que não, ela retirou-lhe a venda, e, - Surpresaaaa!!! Estavam 12 pessoas perplexas e espantadas, sentadas à mesa. Os pais, os sogros, o patrão e os colegas de tantos anos de trabalho. Era a "festa surpresa de aniversário do Zé!" |
Todas horas estão no fuso horário GMT. A hora actual é 00:16. |
Powered by vBulletin Version 3.6.8
Copyright ©2000 - 2024, Jelsoft Enterprises Ltd.